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Inconformadas contra a liberação da soja transgênica, várias entidades irão
recorrer à Justiça
27 set 2003
Brasília, DF - Uma enxurrada de ações deverá dar entrada na justiça na
próxima semana contra a Medida Provisória 131/2003, que autoriza o plantio de
soja transgênica para a próxima semana. O Ministério Público Federal, o
Greenpeace, o Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC), deputados federais e
várias outras entidades ambientalistas e de defesa do consumidor já manifestarem
seu propósito de ajuizar ações contra a MP.
Uma manifestação realizada nessa sexta-feira (26) reuniu na Esplanada dos
Ministérios, em Brasília, cerca de 700 agricultores, ambientalistas e
representantes dos órgãos de defesa do consumidor, para abraçarem simbolicamente
o Ministério do Meio Ambiente. Foi esse órgão, liderado pela Ministra Marina
Silva, a única instituição governamental a resistir contra a Medida Provisória,
assinada pelo presidente em exercício José Alencar. Lutando para segurar as
lágrimas, a ministra foi ao encontro dos manifestantes. Ao ser recebida
carinhosamente, ela apenas disse: “Viva Chico Mendes”. Mais tarde, para a
imprensa, ela negou que tenha pensado em deixar o cargo: “Eu vou continuar com a
função para a qual fui convocada, a de desenvolver uma política ambiental para o
País. Esse é o meu objetivo", assegurou
Já o Greenpeace saiu às ruas da Capital Federal com um painel mostrando que
durante a campanha eleitoral, o então candidato Luis Inácio Lula da Silva se
comprometeu, se eleito, em manter a proibição dos produtos transgênicos no país.
De acordo com Tatiana de Carvalho, da Campanha de Engenharia Genética do
Greenpeace Brasil, "é lamentável que o governo brasileiro tenha beneficiado uma
minoria de agricultores, especialmente do Rio Grande do Sul, e, mais do que
isso, que tenha beneficiado, principalmente, a Monsanto. O Greenpeace já está
estudando as medidas judiciais cabíveis".
Também o procurador-geral da República, Claudio Fonteles, manifestou posição
contrária a liberação da soja transgênica. Ele deve definir na próxima semana se
encaminha ao Supremo Tribunal Federal uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin)
contra a medida provisória. O procurador-geral da República acrescentou que
existe uma decisão judicial proibindo o plantio sem o prévio estudo de impacto
ambiental.
O IDEC, por sua vez, já adiantou que irá ingressar na justiça para exigir que
o governo fiscalize e proíba o uso ilegal do glifosato nas lavouras de soja
transgênicas. A coordenadora executiva do IDEC, Marilena Lazzarini, adiantou que
o Instituto “notificará extrajudicialmente a Casa Civil da Presidência da
República e todos os órgãos da Comissão de Acompanhamento (Ministérios do Meio
Ambiente, da Agricultura, da Ciência e Tecnologia, do Desenvolvimento Agrário,
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, da Justiça, da Saúde, da
Segurança Alimentar e Combate à Fome, ANVISA e IBAMA) para que apresentem um
plano detalhado de como será a fiscalização do cumprimento da Medida
Provisória”.
Ela disse que o IDEC considera inaceitável a edição da MP 131, que demonstra
claramente que o Governo Lula capitulou às pressões favoráveis à liberação dos
transgênicos. “Em função disso”, assegurou, “atuaremos em várias frentes para
garantir a preservação dos direitos dos cidadãos brasileiros, inclusive junto a
associações de consumidores de outros países, para que seja dado o alerta de que
o Brasil exportará soja transgênica”.
Última atualização:
06 setembro, 2011 - ©
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