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Transgenia
Especialista em Produção diz que foi equivocada a importância dada ao prazo
para início da plantação de soja
Economia do Rio Grande do
Sul poderá ser afetada com a plantação das sementes de soja transgênica
Exclusivo para a EcoAgência de Notícias
02 out 2003
Porto Alegre, RS - O Engenheiro-Agrônomo e Doutor em Engenharia
de Produção Leonardo Melgarejo disse hoje na capital gaúcha que a ênfase dada
por alguns formadores de opinião ao prazo limite para a plantação das sementes
de soja transgênica e convencional, no sentido de forçar açodamento nas decisões
de Governo, foi equivocada e mal-embasada.
Melgarejo destaca que é de conhecimento geral, no setor, que o Rio Grande do
Sul realiza o plantio das sementes de soja ao longo dos últimos meses do ano,
concentrando a atividade apenas em novembro e dezembro. Em novembro é plantado
normalmente 54% da área cultivada e em dezembro 38%, restando janeiro (3%) e
outubro (5%, até o final, com concentração na segunda quinzena).
Ele espera que o produtor rural que eventualmente antecipe sua decisão de
plantio motivado pelas informações divulgadas na imprensa, não venha a ser
prejudicado.
EXCLUSÃO - Para ele, a decisão de plantar soja
transgênico tende a contribuir para o "processo de exclusão que pressiona os
pequenos agricultores". Informações vindas da Argentina e dos Estados Unidos
evidenciam que apenas os que trabalham em grande escala - agricultura
empresarial - poderão ter alguns benefícios econômicos (especialmente nos
primeiros anos) mantendo paralelamente a dependência das taxas cobradas
pelo direito de uso da patente RR.
Explica que o padrão tecnológico associado ao pacote RR eleva a dimensão da
área média mínima economicamente viável, inviabilizando os pequenos produtores.
Evidentemente, afirma, "não se trata de algo a ser percebido, em sua dimensão
dramática, já na safra 2003/2004, porém os resultados negativos, especialmente
para os agricultores familiares, ser farão sentir de imediato, através da
redução na rentabilidade potencial das lavouras e da receita líquida global dos
estabelecimentos, ao final do próximo ano agrícola".
MP 131 - Melgarejo critica a Medida Provisória
n° 131, que libera a plantação de sementes de soja transgênica contrabandeadas
de outros países, assinada pela Presidência da República na semana passada. Ele
se pergunta se não é o caso de também a indústria ser responsabilizada por danos
ambientais que certamente ocorrerão nas plantações da soja, além do produtor
rural, como prevista na legislação inventada contida na MP.
IRREVERSIBILIDADE - Diante do fato da liberação
da plantação da soja transgênica para plantação este ano, todo o agricultor que
cultivá-la estará seguindo uma orientação oficial e terá direito a colher o que
plantou. Em conseqüência, afirma Melgarejo, "a transgenia avançará sobre os
campos de soja de forma irreversível". Diz o agrônomo que será inevitável a
comparação dos resultados entre quem plantou a soja RR e a quem não plantou.
"Quanto às lavouras, espera-se que, no interesse dos agricultores que as
cultivaram, as transgênicas se mostrem mais produtivas, ou pelo menos mais
rentáveis do ponto de vista econômico - de outro lado, caso se confirme o que
vem sendo sustentado pelos que se opunham à liberação da soja RR, o Estado
deixará de colher alguns vários milhares de toneladas de soja, a rentabilidade
dos agricultores cairá, o setor será penalizado e a economia do Rio Grande do
Sul sofrerá com isso".
Concluindo, o Doutor em Produção Leonardo Melgarejo, afirma que a realidade
será lamentável e será justo que a sociedade venha a cobrar responsabilidade dos
formadores de opinião que fundamentaram as bases necessárias à realização de
tais prejuízos.
Jornalista João Batista S. Aguiar
(joaobatista@ecoagencia.com.br)
para a EcoAgência de Notícias -
www.ecoagencia.com.br
Última atualização:
06 setembro, 2011 - ©
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