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Mata Atlântica

Situação de Santa Catarina choca pesquisador

 

8 nov 2003

 

 

Joinville, SC - O pesquisador e presidente da ONG Rã-bugio, de Guaramirim, SC, Germano Woel Jr, informa através de carta aos sócios (abaixo) a situação alarmante do desmatamento no seu Estado. Segundo o o presidente da Associação de Preservação e Equilíbrio do Meio Ambiente de Santa Catarina - Aprema, e um dos coordenadores da RMA, Nelson Wendel o testemunho de Woel demonstra que, em Santa Catarina, o Sistema Nacional do Meio Ambiente – Sisnama está apenas favorecendo o vandalismo ambiental institucionalizado. “Não há dia no qual /não recebemos notícias de mais e mais desflorestamentos”, informou.

 

“Prezados Sócios

 

A situação está desesperadora. Talvez não sobre nada para defendermos. Estamos perplexos assistindo a destruição dos remanescentes de Mata Atlântica no norte de Santa Catarina. Pipocam desmatamentos por todas as  partes como nunca se viu antes. O órgão de fiscalização estadual e prefeituras, em convênio com este, estão fornecendo autorizações fraudulentas (eles classificam até áreas de floresta intacta como capoeira) para empresários e picaretas que compram áreas "micadas" de pequenos agricultores para realizarem investimentos em reflorestamentos de pinus, principalmente. A situação é mais grave no planalto catarinense.

 

Em Itaiópolis, eu vi uma área destruída de 300 ha e outra de quase 1000 ha (contínuas) e dezenas de outras menores (com araucárias, imbuias etc).  O Ibama e o Ministério Público parecem fechar os olhos para tudo isso que está acontecendo. No início de outubro, próximo ao Santuário Rã-bugio, uma área de floresta em estágio avançado de regeneração, se não for primária, com árvores gigantescas foi colocada ao chão. O proprietário, Sr. JoãoBatista Vieira, dono de uma rede de lojas de móveis e eletrodomésticos na região (Vieira Móveis e Eletrodomésticos) apresentou para a fiscalização uma dessas autorizações fraudulentas, emitida pela Prefeitura de Guaramirim, que tem convênio com o órgão estadual.

 

Ontem, este empresário nos enviou um e-mail de deboche, que segue abaixo para vocês terem noção de como  estão as coisas.

 

 - Compramos um terreno nas proximidades do santuário, com objetivos para o nosso futuro (ter uma vida mais saudável) já temos muitos animais, vaca, galinhas, patos, ganços, porcos e pretendemos ter muito mais. Para sobrevivência dos nossos animais e de nossos caseiros temos que plantar, por isso desmatamos uma pequena área para o plantio. Sou contra qualquer devastação contra a natureza, mas a queimada é inevitável, ou existe alguma outra forma de limpar a terra cheia de espinhos e raízes? Convidamos a senhora para visitar nosso sítio e aceitamos alguma outra sugestão.

 

 

(Asses. de Imprensa da Rede de ONGs da Mata Atlântica)

 

 

Última atualização: 30 outubro, 2003 - © EcoAgência de Notícias - NEJ-RS e PANGEA
 
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