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Transgenia
Entidades civis pedem processo disciplinar contra o Ministro da Agricultura
Roberto Rodrigues
Sociedade civil questiona
postura do ministro da agriculturaem relação à liberação dos alimentos
transgênicos.
6 nov 2003
Brasília, DF - Um grupo de vinte entidades civis (*) -entre elas o
Idec, a Greenpeace, a Confederação Nacional das Donas de Casa e
Consumidores, o Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa do Consumidor e o
ISA-Instituto Sócio Ambiental- apresentaram na quarta-feira (5/11) ao
presidente da Comissão de Ética Pública, João Geraldo Piquet Carneiro, uma
representação contra o ministro da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Roberto Rodrigues. As entidades questionam as atitudes e omissões
de Rodrigues em relação ao plantio e comercialização da soja transgênica no país
e pedem a instauração de processo disciplinar para apurar violações ao Código de
Conduta da Alta Administração. As ONGs pedem ainda que sejam aplicadas as
sanções relativas a esse tipo de conduta, previstas no art. 17 do Código e no
art. 11, IV e V, da Resolução nº 4 da Comissão de Ética Pública. Dependendo da
gravidade, as sanções vão desde uma advertência até a sugestão de demissão.
As omissões do Ministério da Agricultura tornaram-se mais visíveis com a edição
das medidas provisórias 113 e 131, que liberaram a exportação, o consumo interno
e o novo plantio de soja transgênica contrariando a Constituição Federal e duas
decisões judiciais. A
MP
113 foi criada para dar vazão aos grãos produzidos no Sul do país de
forma clandestina, graças à falta de fiscalização do governo. Porém, a MP
estabeleceu uma série de regras para controlar o destino desse grão, que por
aparente nova omissão do ministério não vêm sendo cumpridas. A medida provisória
131 conferiu ao Ministério da Agricultura poderes para declarar regiões do país
como áreas livres de transgênicos, exercendo poder de polícia na fiscalização
dos OGMs. Tudo indica que isto também não esteja acontecendo.
Como também, segundo evidências, não vem acontecendo o controle por parte do
governo para coibir o uso do
glifosato, que não possui registro no Brasil para uso nas partes aéreas
das plantas de soja transgênica. E nesse caso há um aspecto ainda mais
preocupante: apesar do Comitê Técnico de Assessoramento para Agrotóxicos (CTA)
não recomendar a concessão do registro do glifosato para esse fim, o ministro
admitiu à imprensa que buscará saídas para a liberação do produto.
Somadas, as ações e omissões do governo em relação aos transgênicos evidenciam
que tais posturas têm se pautado exclusivamente por um objetivo: o de ver o
plantio e a comercialização da soja transgênica liberados em nosso país, sem que
se leve em consideração os interesses da sociedade e a segurança dos
consumidores.
As entidades que assinam a Representação consideram inadmissíveis as posturas do
ministro Roberto Rodrigues, que contrariando todos os deveres relacionados ao
cargo que ocupa, emite sistematicamente declarações favoráveis à produção de
soja geneticamente modificada, que, no mínimo, induzem o cidadão brasileiro a
erro, além de estimular, ainda que inconscientemente, os agricultores a agirem
de forma criminosa.
Rodrigues chegou a declarar que a questão deverá ser decidida pelo mercado. Tal
declaração evidencia a maneira equivocada como a questão vem sendo conduzida
pelo governo, a ponto de atribuir ao mercado o papel de definir as diretrizes de
um tema que afeta profundamente, além da economia, o meio ambiente e a saúde
humana.
A postura do ministro Roberto Rodrigues, voltada exclusivamente aos interesses
do mercado, coloca o Ministério em posição comprometedora. Rodrigues é
empresário rural e foi presidente da Associação Brasileira de Agribusiness
(Abag) e participa do processo decisório sobre os transgênicos.
A sociedade não admite que a ética seja deixada de lado em benefício de grupos
econômicos ou interesses específicos. O Brasil exige que suas lideranças estejam
a serviço da sociedade e cumpram o que determina a lei.
Entidades signatárias:
- Aaocert- Certificadora de Produtos Orgânicos (SP),
- Acopa- Associação de Consumidores de Produtos Orgânicos do Paraná (PR),
- ACV- Associação Cidade Verde (RO),
- Adoc- Associação de defesa do Consumidor (PR),
- Adocon- Associação das Donas de Casa, dos Consumidores e da Cidadania de
Santa Catarina (SC),
- Apolo- Associação dos Assentados do Polo de Paranacity (PR),
- APR- Animação Pastoral e Social no Meio Rural (MG),
- ASPTA- Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (RJ),
- Centro de Formação e Defesa dos Trabalhadores Chico Mendes (PR),
- Centro Ecológico (RS), Fase- Federação de Órgãos para Assistência Social
e Educacional (RJ),
- FNECDC- Fórum Nacional de Entidades Civis de Defesa do Consumidor (SP),
- Greenpeace (SP),
- Idec- Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor,
- Inesc- Instituto de Estudos Sócio Econômicos (DF),
- ISA- Instituto Sócio Ambiental,
- MDC (Movimento de Donas de Casa de Minas Gerais,
- Confederação Nacional das Donas de Casa e Consumidores, Rede Pantanal
(MS),
- Sociedade Protetora da Diversidade das Espécies (Campinas-SP) e
- Terra de Direitos (PR).
Assessoria de Imprensa do IDEC
Última
atualização: 30 outubro, 2003 - ©
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