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MMA institui GT para proteção à Camada de Ozônio
Programa Brasileiro terá recursos de R$ 80 milhões
Brasília, DF - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, assinou
portaria nesta segunda-feira (15/9) instituindo o Grupo de Trabalho Ozônio,
no âmbito da Secretaria de Qualidade Ambiental do Ministério. Durante o
lançamento da Semana Nacional de Proteção à Camada de Ozônio, no Ibama, a
ministra anunciou, ainda, investimentos de US$ 26,7 milhões (cerca de R$ 80
milhões), até 2008, para o Programa Brasileiro de Eliminação da Produção e
Consumo das Substâncias que destroem a Camada de Ozônio. Em 2003, serão
liberados US$ 9,5 milhões.
Para o treinamento de 35 mil técnicos em refrigeração serão destinados US$
3,7 milhões. O treinamento de 109 oficiais de alfândega e autoridades de portos
e aeroportos receberá US$ 141,2 mil nos próximos três anos. Amanhã (16), em todo
o mundo, é celebrado o Dia Internacional de Preservação da Camada de Ozônio,
instituído no âmbito das Nações Unidas há nove anos.
Conforme a ministra, o GT terá as funções de contribuir para a implementação
do Programa Brasileiro, para proteção da camada de ozônio, difundir boas
práticas no uso de equipamentos que contribuam para a proteção ambiental,
orientar o mercado na aplicação de leis e regras para preservação da camada de
ozônio, e incentivar o uso de produtos, serviços e tecnologias que levem à
eliminação dos CFCs e à efetiva proteção da camada de ozônio. "É fundamental
trabalharmos pela preservação e recuperação daquilo que é de todos", disse a
ministra.
O Programa Brasileiro de Eliminação da Produção e Consumo das Substâncias que
destroem a Camada de Ozônio tem apoio do Senai, do PNUD e da GTZ. Também
participaram do lançamento Edmundo Ferreira, diretor de Administração e Finanças
do Ibama, Marijane Lisboa, secretária de Qualidade Ambiental do MMA, Éverton
Vargas, chefe do Departamento de Meio Ambiente do Ministério das Relações
Exteriores, Donald Uhlig, coordenador de Cooperação Nacional e Internacional do
Senai, e Sueli Carvalho, representante do PNUD em Nova Iorque.
O objetivo do governo, com o Programa Brasileiro e com a Semana Nacional, é a
eliminação em definitivo, até 2007, dos "clorofluorcarbonetos", os CFCs,
substâncias que tem em sua composição o cloro, o flúor e o carbono, utilizadas
em produtos como refrigeradores domésticos, comerciais e industriais, entre
outros. Com o treinamento de refrigeristas, em parceria com o Senai, espera-se
que esses profissionais passem a estar capacitados para não permitir que o CFC
vaze durante algum reparo nos refrigeradores. Os técnicos aprenderão também a
reaproveitar esse gás, captando-o sem afetar a camada de ozônio. Nas alfândegas,
o objetivo é treinar os oficiais a identificarem o CFC, controlando a entrada
ilegal do gás no país.
Com os recursos anunciados nesta segunda-feira, o governo distribuirá 12 mil
equipamentos de recolhimento de CFC, para os quais serão destinados US$ 6
milhões, e implantará 10 unidades regionais de reciclagem e regeneração desses
gases, a um custo total de US$ 3,6 milhões. As unidades serão instaladas nos
principais centros consumidores - São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul
- obedecendo critérios que facilitem a logística de entrega dos CFCs capturados.
Também está sendo lançada uma campanha de mídia para alertar a população sobres
os riscos à saúde e ao meio ambiente oriundos da degradação da camada de ozônio.
O ozônio é um gás atmosférico azul-escuro, que se concentra na chamada
estratosfera, uma região situada entre 20 e 40 quilômetros de altitude. A Camada
de Ozônio tem cerca de 15 quilômetros de espessura e é como um escudo que
protege a terra dos efeitos nocivos dos raios solares. Nos ar-condicionados de
parede, centrais e de automóveis, o princípio de funcionamento é o mesmo, e é o
CFC o agente que promove a troca de calor. Quando bem fabricados e corretamente
utilizados, esses aparelhos mantém o gás em circuito fechado, não havendo
vazamento para a atmosfera. Quando vão para conserto ou são sucateados, a
tubulação é aberta, o gás escapa, e sobe até atingir a Camada de Ozônio.
Estima-se que existam ainda em uso no Brasil cerca de 36 milhões de
refrigeradores com funcionamento à base de CFC. São aparelhos fabricados até
1999, ano em que o Brasil proibiu a produção desses equipamentos com CFC, e as
indústrias o substituíram por substâncias que não prejudicam a Camada de Ozônio.
Nos frigoríficos, freezers, geladeiras, e frigobares mais antigos, o CFC é o
"gás de geladeira" (FREON ou FRIGEN) e sua função é absorver o calor na placa do
congelador (onde se forma o gelo) e liberá-lo pelo radiador atrás, do lado de
fora do aparelho.
Em 1995, o governo brasileiro instituiu o Comitê Executivo Interministerial
para a Proteção da Camada de Ozônio (Prozon). Integram o Comitê os Ministérios
do Meio Ambiente, Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Relações Exteriores,
Ciência e Tecnologia, Fazenda, Saúde e Agricultura. O Prozon coordena todas as
atividades relativas à implementação, desenvolvimento e revisão do Programa
Brasileiro de Proteção da Camada de Ozônio (PBCO).
HISTÓRICO - A redução da Camada de Ozônio foi detectada pelos
cientistas no início da década de 70. Em 1987, reunida em Montreal, a ONU
estabeleceu um programa de ação internacional denominado Protocolo de Montreal
sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio. Por esse Protocolo, as nações
signatárias comprometeram-se a instituir medidas para eliminar a produção e o
consumo das substâncias que destroem a Camada de Ozônio (SDO). O protocolo de
Montreal teve sua implementação garantida após a criação do Fundo Multilateral,
ou seja, um fundo de depósitos de países desenvolvidos. Por meio dele, podem ser
custeados, a fundo perdido, projetos que visem a eliminação da produção e
consumo de substâncias controladas.
O Brasil se beneficiou desse Fundo, internalizando recursos da ordem de US$
55,5 milhões que foram investidos no parque industrial brasileiro,
essencialmente para conversão de plantas industriais individuais em vários
setores: refrigeração comercial e doméstica, solventes e espumas, entre outros.
CAMADA DE OZÔNIO - A Camada de Ozônio presente na atmosfera protege os
seres humanos de algumas radiações solares nocivas à saúde. A utilização dos
CFCs destruiu uma parte dessa camada em alguns pontos. Desde 1987, os CFCs estão
sendo substituídos por outras substâncias, o que deverá resultar na reversão
desse processo no futuro, com o "fechamento" do buraco na camada.
A constituição da Camada de Ozônio, há cerca de 400 milhões de anos, permitiu
o desenvolvimento de vida na Terra, já que o ozônio, um gás rarefeito cujas
moléculas se compõem de três átomos de oxigênio, impede a passagem de grande
parte da radiação ultravioleta emitida pelo Sol.
Como a composição da atmosfera nessa altitude é bastante estável, a Camada de
Ozônio manteve-se inalterada por milhões de anos. Nas últimas décadas,
entretanto, vem ocorrendo uma diminuição na concentração de ozônio, causada pela
emissão de poluentes na atmosfera. O mundo chegou a produzir 750 mil toneladas
de clorofluorcarbonos (CFCs) ao ano.
Link Relacionado:
http://www.mma.gov.br
Ecoagência com Assessoria de Comunicação Social do MMA.
Última atualização:
06 setembro, 2011 - ©
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