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Governo do Amapá cria o maior corredor de biodiversidade do país
Parceria multisetorial garante a conservação de mais de 10
milhões de hectares
16-set-2003
Durban, África do Sul - O Amapá está hoje no centro das
atenções do Congresso Mundial de Parques, em Durban, na África do Sul. O
governador do Estado, Waldez Góes (PDT), acaba de anunciar para a comunidade
internacional a criação do maior corredor ecológico do Brasil, colocando o
estado na liderança da conservação da biodiversidade brasileira.
O Corredor da Biodiversidade do Amapá compreende mais de 10
milhões de hectares, maior que o território de Portugal, protegendo vários tipos
diferentes de ecossistemas - mangues, cerrados, florestas tropicais, florestas
de altitude e terras alagadas - e está localizado estrategicamente entre o
escudo das Guianas e o estuário do rio Amazonas.
O coração do Corredor é composto por um conjunto de áreas
protegidas, que representam 54,8% da extensão total do Estado. São 12 unidades
de conservação contando com dois Parques Nacionais, uma Reserva de
Desenvolvimento Sustentável, três Estações Ecológicas, três Reservas Biológicas,
uma Reserva Extrativista, uma Área de Proteção Ambiental, uma Floresta Nacional,
além de quatro Terras Indígenas - Juminá, Galibi, Uaça, Waiapi - que congregam
cerca de 4.500 índios. Essas unidades serão conectadas por novas áreas
protegidas formando um mosaico de usos de terra ambientalmente sustentáveis,
como sistemas agroflorestais ou ecoturismo.
“Com a visão do Corredor, o Estado do Amapá passa a
gerenciar essas áreas de maneira integrada e a compatibilizar as atividades
produtivas com a preservação da natureza”, declara o governador Waldez Góes.
O estado do Amapá tem cerca de 14 milhões hectares de
extensão e é um dos melhores lugares na Amazônia Brasileira para desenvolver
iniciativas de conservação, pois 96% da vegetação ainda estão intactos.
Estima-se que o Corredor abrigue pelo menos 45 espécies de lagartos, 505 de aves
e nove de primatas. A região é habitat de inúmeras espécies cujas populações
estão em franco declínio em outras áreas de ocorrência, como os grandes
carnívoros - a onça-pintada (Panthera onca), a suçuarana (Puma
concolor), o gato-do-mato (Herpailurus yaguarondi), além de primatas,
como o cuxiú (Chiropotes satanas) e o coatá (Ateles paniscus). Na
mesma situação ainda se encontram aves como as araras (Ara chloroptera e
Ara macao), papagaios (Pionites melanocephala), jacus (Penelope
marail), flamingos (Phoenicopterus ruber), ibis (Theristictus
caudatus e Eudocimus ruber), beija-flores (como o Topaza pella)
e grandes frugívoros que vivem na copa da floresta (Haematoderus militaris,
Perissocephalus tricolor e Procnias alba).
“O Amapá está promovendo uma verdadeira mudança na escala
da conservação. É um Estado que não sofrerá com a escassez de água, um recurso
natural de futuro cada vez mais incerto. De fato, nesse Corredor são preservadas
as cabeceiras de seus principais rios”, analisa Russell Mittermeier,
presidente da Conservation International.
Um empreendimento conservacionista desse porte mobiliza
muitos recursos humanos, financeiros e tecnológicos. No Amapá, o gerenciamento
do projeto conta com a participação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente
(SEMA), do Instituto Estadual de Pesquisas Ambientais (IEPA), da Universidade
Federal do Amapá, além da Gerência Executiva do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Para prover o Corredor de Biodiversidade do Amapá com
recursos financeiros, a Conservation International do Brasil trabalhará
com o Estado, estabelecendo um mecanismo financeiro de longo prazo, conhecido
como Fundo Fiduciário para Conservação.
“Em nosso orçamento, planejamos um investimento da ordem
de US$ 15 milhões, nos próximos quatro anos, a serem aplicados no suporte e
gestão às áreas protegidas, no desenvolvimento de capacidade local para estudos
em biodiversidade, e na pesquisa de alternativas econômicas para as populações
rurais que vivem no entorno das unidades de conservação”, explica Alberto
Góes, Chefe do Gabinete Civil do Estado do Amapá.
Em contrapartida, a Conservation International, por
meio do Fundo Mundial para a Conservação (GCF, sigla em Inglês), vai fazer uma
contribuição inicial de US$ 1,6 milhão.
Em termos tecnológicos, o governo do Estado poderá contar,
dentre outras ferramentas, com o sistema GEOID para planejar o Corredor.
Desenvolvido por especialistas em tecnologia da informação da Conservation
International, em Washington, D.C., EUA, o GEOID é um sistema de alta
eficiência, que alavanca o processo de gestão de áreas protegidas. Funciona como
um catálogo on-line de coberturas geográficas, como mapas e imagens de
satélite, permitindo que instituições governamentais, pesquisadores e
conservacionistas colaborem via Internet na produção de informações espaciais
para planejar os usos da terra de forma adequada.
“A lição mais importante que podemos tirar dessa primeira
fase do projeto é que nenhuma área protegida terá sucesso se gerenciada
isoladamente. Em parceria com a Conservation International do Brasil, estamos
podendo melhor avaliar e planejar as conexões biológicas, sociais e econômicas
entre as unidades de conservação. São processos de interação complexos e
dinâmicos, que necessitam de uma gestão à altura”, conclui o governador
Waldez Góes.
Assessoria de Comunicação da Conservation International
A Conservation International (CI) foi fundada em 1987
com o objetivo de conservar o patrimônio natural do planeta - nossa
biodiversidade global - e demonstrar que as sociedades humanas são capazes de
viver em harmonia com a natureza. Como uma organização não-governamental global,
a CI atua em mais de 30 países, em quatro continentes. A organização utiliza uma
variedade de ferramentas científicas, econômicas e de conscientização ambiental,
além de estratégias que ajudam na identificação de alternativas que não
prejudiquem o meio ambiente. A Conservation International do Brasil tem sede em
Belo Horizonte-MG. Outros escritórios estão estrategicamente localizados em
Brasília-DF, Belém-PA, Campo Grande-MS, Caravelas-BA e Mineiros-GO. Para mais
informações sobre os programas da CI no Brasil, visite
www.conservation.org.br
<http://www.conservation.org.br>
Última atualização:
06 setembro, 2011 - ©
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