Área desmatada pode ter sido menor que a anunciado em algumas regiões da Amazônia
05-set-2003
Rio Branco, AC - A projeção de área desflorestada na Amazônia pode ser inferior aos 25 mil quilômetros quadrados anunciados para o período 2001-2002, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Edgar Fagundes Filho - Foto-cortesia do SINJAC |
De acordo com o diretor do Centro Gestor Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), Edgar Fagundes Filho, em uma área de 8 mil quilômetros quadrados, em Rondônia, não foram identificados pequenos fragmentos de floresta, o que poderia elevar o índice da cobertura vegetal na área em entre 8% e 10%. "Esse é um dos serviços que o Sipam (Sistema de Proteção Ambiental da Amazônia) já pode prestar, mesmo antes de estar concluído", disse. |
A sobrevivência dessas parcelas de floresta, no entanto, estaria comprometida pelo empobrecimento genético e pelo avanço em definitivo do desmatamento.
Fagundes Filho foi um dos palestrantes sobre Segurança na Amazônia, durante o 1º Encontro Internacional de Jornalismo Ambiental da Amazônia.
Participaram, ainda, o Brigadeiro do Ar Ramon Borges Cardoso, Presidente da Comissão para a Coordenação do Projeto de Sistema de Vigilância da Amazônia - SIVAM, e o pesquisador Antônio Nobre, apresentando o Experimento de Larga Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia (LBA).
SIPAM - Além de contribuir para identificação de áreas desmatadas e de focos de calor, o Sipam pode ajudar na localização de pistas de pouso clandestinas, de plantações de drogas, na coleta de dados meteorológicos, na escuta de comunicações ilegais e no registro de invasões de fronteira pelo espaço aéreo, por exemplo. "Verificamos dezenas de invasões diárias de nosso espaço aéreo", revela o diretor do Censipam.
Brigadeiro do Ar Ramon Borges Cardoso
foto-cortesia do SINJAC
SIVAM - O Sivam vem sendo implementado desde 1990, quando o governo identificou os seguintes problemas na região amazônica: escassez de dados sobre a região; reduzida infra-estrutura para aquisição de dados; fraca atuação das instituições públicas; falta de uma abordagem multidisciplinar sobre os problemas da região. Tudo isso contribuiria para um quadro de avanço desregrado da agropecuária, do desmatamento e da degradação ambiental e humana. O Sivam tem a função de coletar dados e produzir informações ao Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e, em última instância, auxiliar na implementação de um modelo de desenvolvimento sustentável para a região. Foi criado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República em conjunto com os ministérios da Justiça e da Aeronáutica.
Contando com dados de satélites (estrangeiros), estações meteorológicas, detectores de raios, radares móveis e fixos, aviões e navios, bases espalhadas pela Amazônia e no Distrito Federal, o projeto já consumiu mais de US$ 1,3 bilhão. "O Sivam está com mais de 90% de suas metas alcançadas. Esperamos que, em breve, ocorra a liberação do restante dos recursos para a conclusão do Sistema, até 2004", disse o representante da Força Aérea.
Jornalista Aldem Bourscheit Cezarino - aldem@ecoagencia.com.br para a EcoAgência de Notícias - www.ecoagencia.com.br