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Programa para habitações saudáveis reduz riscos
ambientais
EXCLUSIVO - EcoAgência de Notícias
24-jul-03
A relação do homem com seu ambiente é uma premissa básica para se viver em uma habitação saudável. Essa relação agrega conceitos de saneamento, qualidade do ar, dos materiais que são utilizados na sua confecção desta habitação e cuidados com a saúde e meio ambiente. De forma resumida esses condicionantes formam uma espécie de cartilha básica da
Rede Interamericana de Habitação Saudável, criada em 1995 pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS).
O assunto esteve na pauta do dia, no programa oficial do
3° Congresso Interamericano de Qualidade do Ar, que prossegue até amanhã, na Ulbra, em Canoas, no Rio Grande do Sul.
Além de moderar a palestra Qualidade do Ar: moradias saudáveis e edifícios doentes , a arquiteta, mestre em Saúde Pública e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, Simone Cynamon Cohen coordenou uma reunião paralela com o objetivo de estruturar a região Sul à Rede Brasileira de Habitação Saudável. Hoje, já estão estruturadas as regionais Norte e Sudeste.
Início- “A rede é uma ferramenta para operacionalização da política de promoção de saúde no âmbito da habitação”, enfatiza Simone.
O projeto surgiu em 1987, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou a política de habitação saudável como ferramenta de promoção de saúde e que reunia o Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Búfalo (Nova Iorque), a Organização Panamericana de Saúde (OPAS)
de Washington e o Instituto Nacional de Epidemiologia de Havana (Cuba).
Hoje, 16 países participam do projeto.
Em primeiro lugar, os técnicos realizam diversas pesquisas de campo para
avaliar a situação habitacional de uma região.Unindo dados de saúde
pública do país ou região, criam-se diretrizes que serão encaminhadas
aos órgãos públicos diretamente envolvidos (ministérios e secretarias de
saúde, desenvolvimento, habitação, etc).
Déficit no Brasil - No país, a situação é bastante complexa, não só pelas suas dimensões, mas também pelas suas características regionais. “Além do déficit habitacional – as moradias são insuficientes e inadequadas – existem agravantes”,
explica a pesquisadora Simone Cohen. Além de pequenas para o número de
pessoas que nelas habitam, muitas sub-habitações estão localizadas em
áreas de riscos, e sem unidades sanitárias.
“Isso gera um problema sério, pois hoje ainda trabalhamos na
erradicação de doenças parasitárias”, acrescenta. Estas diferenças
regionais devem ser levadas em consideração na hora da pesquisa, bem
como as relações humanas com o meio ambiente (escola, hospital,
trabalho) e aos fatores considerados de risco: iluminação, falta de
condicionamento do ar e outros riscos à saúde presentes na habitação e
seu entorno. “Precisamos criar políticas públicas saudáveis a partir
de espaços saudáveis que eliminem o stress humano”, explica
Cohen.
Parcerias-A rede de habitação saudável não
descarta parceiros nesta tarefa e destaca a interface com o setor público, e o
setor privado através das ONGs. No momento, os técnicos do programa estão
elaborando cartilhas que serão utilizadas nos programas de informação na área de
enfermagem do Sistema Único de Saúde (SUS).
O conceito de habitações saudáveis inclui parcerias com estados e municípios e
já foi apresentado ao Ministério da Saúde. As cartilhas educativas que servirão
de base nas relações com as comunidade incluem informações que o agente
comunitário pode trabalhar sistematicamente com a população.
Por exemplo, como evitar riscos de incêndio das ligações elétricas clandestinas
(gatos) e manter ralos cobertos para evitar a circulação de insetos, bem como
manter limpas das caixas de água.
A receptividade do Ministério da Saúde que pediu a concretização de alguns projetos-piloto, é boa e já estão
sendo desenvolvidos três protótipos no Rio de Janeiro em áreas de diversidade geográfica: em Manguinhos (área de mangue); nas favelas que abrangem o Complexo do Alemão (áreas com forte aclive) e na área rural, em Campo Alegre e Nova Iguaçu. O resultado destas experiências servirá de base para a adoção destas políticas pelo SUS.
Exemplos bem sucedidos destas políticas já foram aplicados e premiados como o realizado nas comunidades de Mandela de Pedra e Complexo de Maguinhos, ambos no Rio de Janeiro (2002), e melhorias nas práticas de saúde e saneamento junto à nação indígena de Munduruku, em Jacareacanga, no Pará, em 2002.
“Qualidade de vida é um sistema complexo, mas dentro de um modelo de políticas públicas saudáveis podemos ter um enfoque para desenvolver ações de saúde preventiva”, argumenta a pesquisadora Simone Cohen. Ela acrescenta que qualquer pessoa pode saber mais sobre esse trabalho e se filiar à rede através do saite
www.ensp.fiocruz.br/rbhs/
Jornalistas Lena Annes e Sílvia Marcuzzo para a EcoAgência de Notícias -
www.ecoagencia.com.br
Última atualização:
06 setembro, 2011 - ©
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