As últimas notícias da EcoAgência
[ Página Inicial - Buscar - ]

Aberto 3° Congresso Interamericano de Qualidade do Ar

EXCLUSIVO - EcoAgência de Notícias
23-jul-03

Uma das poucas causas capaz de reunir na mesma discussão técnicos, dirigentes de órgãos ambientais públicos (regionais e federais), políticos e representantes de ONGs, é a questão ambiental. Pelo menos é o que se pode deduzir e até festejar sobre a participação dos vários setores representados na abertura do 3° Congresso Interamericano de Qualidade do Ar, que começou hoje (23/07), no auditório do prédio 14 da Ulbra, em Canoas, no Rio Grande do Sul.

Até sexta-feira (25/07) serão apresentados 122 trabalhos técnicos de 10 países. Entre estes, países de políticas ambientais variadas, criticadas ou aplaudidas, dependendo do interlocutor que se ouvir, como Estados Unidos, Porto Rico, Chile, Argentina, Inglaterra, além de vários Estados brasileiros.

Ar puro?- Sob uma temperatura de 15 graus denunciando mais uma manhã nublada de inverno chuvoso e úmido, típica do clima gaúcho, o caminho para se chegar ao Congresso já é uma prova de como o ar nosso de cada dia está vulnerável às mazelas da ocupação urbana nem sempre planejada.

A cidade de Canoas, dividida por uma auto-estrada é o exemplo cabal de como os efeitos do tráfego pesado agridem uma cidade. Indústrias grandes, médias e pequenas se sucedem até o campus universitário, entremeadas por postos de gasolina e trânsito pesado. Cada um deles contribuindo com a qualidade do ar que respiramos e, por conseqüência, com a temática do encontro.

Embora centrado na questão do ar em ambientes fechados, o tema no primeiro dia passou por abordagens diferentes como monitoramento de parâmetros de poluentes, queimadas, políticas públicas (ou a ausência delas) e as conseqüências nocivas da evolução tecnológica no ar que respiramos.

Combustíveis fósseis, ar condicionado e fungos são alguns inimigos em potencial do ser humano conforme estudos apresentados e, atualmente, objetos de indenizações milionárias por suas vítimas em Porto Rico e nos Estados Unidos. O cigarro, vilão preferido das proibições sociais também foi citado. Apesar disso, no lado de fora do auditório, pequenos grupos denunciavam o hábito de fumantes inveterados aproveitarem alguns minutos entre as exposições para dar uma ou outra tragada.

Estações móveis –A alguns metros da entrada do auditório onde acontece o Congresso estão expostas para o público quatro estações móveis de monitoramento da qualidade do ar. Tecnologia moderna no controle de parâmetros (entre eles ozônio, monóxido de carbono e dióxido de enxofre) e inacessível para as combalidas verbas públicas, exceto com apoio de financiamentos externos, com o é o caso da estação de monitoramento móvel da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam ) integrante da rede Ar do Sul composta por outras sete fixas. Junto delas, leigos e técnicos podem visitar estações de monitoramento da White Martins, Copesul e a empresa de proteção ambiental baiana, CETREL.

Ao lado da estação da Fepam, que se deslocou da cidade de Rio Grande e está de passagem rumo a Santa Maria, está a estação da CETREL. Todas estão calibradas e medem alguns parâmetros embora a localização entre prédios do campus esteja longe do ideal para um monitoramento mais efetivo.

Em uma viagem de dois dias, a estação da CETREL veio de São Paulo para o Congresso. Apelidada de trio elétrico devido a uma grade que cerca os equipamentos no teto, e que de fato lembra uma miniatura dos famosos carros festivos baianos, a estação percorre todo o Brasil. A empresa, nascida há 25 anos junto com o Pólo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, tem caráter privado e presta serviço, no país todo, principalmente na análise de parâmetros de grandes empreendimentos como termelétricas. O preço a ser pago depende de quantos parâmetros são analisados. Apenas o aluguel da composição e seu deslocamento custa R$ 1.500,00/dia.

De acordo com o técnico em química Jurandir Rocha, a composição da estação acoplada em um caminhão permite o deslocamento do equipamento sofisticado com tranqüilidade (mas sempre de dia com o objetivo de evitar riscos desnecessários para o caro equipamento). Depois de passar por Minas Gerais e Rio Grande do Sul, a estação deverá agora voltar para São Paulo.

Jornalistas Lena Annes e Sílvia Marcuzzo para Ecoagência de Agência de Notícias