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Comissão Internacional da Baleia
mantém moratória da Caça, condena
matança "científica" e baleeiros saem furiosos de Berlim
EcoAgência de Notícias
19-jun-03
O ar de desânimo e frustração de japoneses, noruegueses e islandeses era evidente nesta tarde de quinta-feira quando a Comissão Internacional da Baleia encerrou em Berlim a sua 55a. Reunião Anual. Não apenas nenhuma das propostas dos baleeiros para encerrar a moratória da caça comercial foi aprovada, como ainda a CIB divulgou hoje o texto, bastante incisivo, das duas Resoluções condenando a caça "científica" que vem sendo praticada para encobrir operações comerciais japonesas. A Islândia, que pretendia usar o mesmo subterfúgio, deve reconsiderar sua posição nas próximas semanas.
A única alegria dos baleeiros foi bloquear, com os votos "comprados" dos pequenos países que integram o bloco japonês, a aprovação dos Santuários do Atlântico Sul e do Pacífico Sul, mas os países conservacionistas já declararam que voltarão à carga em 2004.
"Nossa avaliação da reunião é positiva", segundo o Presidente do IBAMA, Marcus Barros, que veio a Berlim participar da reunião. Ele acrescentou que "o Brasil, como país em desenvolvimento com uma enorme área marítima jurisdicional, tem um papel muito importante a cumprir na CIB para defender o uso não-letal das grandes baleias e protegê-las do risco da volta da caça desenfreada". O Chefe do Centro Mamíferos Aquáticos do IBAMA, Régis Pinto de Lima, também integrante da delegação brasileira em Berlim, acrescentou que a coordenação entre o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério de Relações Exteriores deverá continuar sendo fortalecida para defender em 2004 a proposta do Santuário do Atlântico Sul e impedir a volta da caça comercial em larga escala.
O Brasil também conseguiu, com o apoio de países como a África do Sul, aprovar uma verba extraordinária de 30.000 libras esterlinas (quase 55.000 dólares) para que o Comitê Científico da CIB possa patrocinar a maior participação de pesquisadores de países em desenvolvimento. Segundo o Coordenador do Projeto Baleia Franca e "Alternate Commissioner" do Brasil na CIB, José Truda
Palazzo Júnior, a proposta pretende fazer com que a CIB passe a considerar mais o conhecimento científico sobre baleias e golfinhos produzido em países em desenvolvimento, com vistas a ajudar nas recomendações para a sua conservação adequada.
A próxima reunião anual da CIB será em Sorrento, Itália, em junho de 2004, já incorporando o trabalho do recém-criado (também contra a vontade dos baleeiros ) Comitê de Conservação, que pretende dar um ímpeto maior ao lado pró-defesa das baleias na CIB, em oposição ao bloco baleeiro.
(Especial para a EcoAgência de Notícias -
www.ecoagencia.com.br).
Última atualização:
06 setembro, 2011 - ©
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