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Novos diretores do Ibama reconhecem problemas na fiscalização

EcoAgência de Notícias
12-mai-03

Durante a reunião realizada na quarta-feira, 7/5, no Ibama, os novos diretores do órgão ambiental federal reconheceram os problemas relacionados à fiscalização no domínio da Mata Atlântica. Flávio Montiel, diretor de Proteção Ambiental do Ibama, enfatizou aos representantes da Rede de ONGs da Mata Atlântica -RMA que, a seu ver, uma estratégia eficiente para lidar com esses problemas deve enfrentar quatro pontos:

• a) aprimorar a gestão da informação interna e as atividades de inteligência em relação ao que ocorre nos estados, a fim de ter um banco de dados confiável capaz de orientar a ação de fiscalização no campo;
• b) investir na capacitação dos fiscais para o cumprimento de suas incumbências relacionadas à fiscalização;
• c) aprimorar parcerias com os órgãos estaduais e, quando for o caso, municipais de meio ambiente, redefinindo pactos de gestão que permitam dar mais efetividade à ação do Ibama, já que muitas vezes órgãos estaduais ou municipais estão em melhores condições de cumprir este papel;
• d) fortalecer a participação da sociedade civil nas ações de fiscalização.

Miriam Prochnow, eleita no último fim de semana Coordenadora Geral da RMA representando do APREMAVI-SC, espera que o seminário de julho resulte em mecanismos que aprimorem a integração da ação governamental e da participação da sociedade civil. “Em Santa Catarina, havia um programa de fiscais voluntários, que eram capacitados e credenciados pelo governo estadual, que obteve bons resultados”, afirma, ela que foi uma dessas fiscais. A representante da RMA tem a expectativa de que esse debate resulte na adoção de instrumentos mais eficientes de controle do desmatamento, como o uso de imagens de satélite no monitoramento de áreas prioritárias para a conservação do bioma.

Novas tecnologias no controle do desmatamento também foram defendidas pelo diretor de Florestas do Ibama, Antonio Carlos Hummel. Ele reconheceu a precariedade dos planos de manejo e os problemas relacionados ao desmatamento ilegal na Mata Atlântica, e defendeu a profissionalização técnica do setor responsável pela autorização de desmatamento e a adoção de tecnologias inovadoras na fiscalização. “Se é para fazer manejo, precisamos fazer manejo de verdade”, disse aos presentes.

Engenheiro florestal que coordenava até no ano passado o ProManejo, componente do PPG7 destinado a financiar experiências de manejo florestal sustentável na Amazônia brasileira, Hummel disse que algumas das experiências testadas no norte do país, como o rastreamento por satélite do trânsito da madeira explorada sob manejo sustentável, poderiam solucionar os desvios verificados na Mata Atlântica.

Mais sobre a Rede de ONGs da Mata Atlântica:
http://www.redemataatlantica.org.br

(Marco Antonio Gonçalves, para a Rede da Mata Atlântica, com edição da EcoAgência de Notícias)