De: - EXCLUSIVO - EcoAgência de Notícias
Date: 01-mai-03
Em audiência pública na Câmara dos Deputados, ocorrida na manhã de hoje, o ministro da Defesa José Viegas Filho declarou que a situação na fronteira entre Brasil e Colômbia está “sob controle razoável” e que a vigilância dos possíveis pontos de acesso entre os dois países está sendo efetuada por contingentes da Polícia Federal e das Forças Armadas brasileiras. “Não estamos nos sentindo ameaçados pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia)”, disse o ministro a parlamentares da Comissão da Amazônia e do Desenvolvimento Regional da Câmara.
As declarações do ministro vieram como resposta a perguntas do deputado Átila Lins (PPS-AM), sobre as notícias disseminadas pela imprensa nacional ontem, segundo as quais haveria um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) a cerca de 20 km da fronteira com o Brasil. De acordo com as reportagens, os guerrilheiros colombianos estariam aliciando crianças e jovens indígenas para combater o governo oficial colombiano. “Não temos informações de que haja um esforço deliberado deles [das Farc] em entrar em choque conosco. Seria um erro estratégico grosseiro [da guerrilha]”, afirmou.
Guerrilha não é o maior problema A segurança e tranquilidade que caracterizaram o depoimento do ministro da Defesa contrastam com o tom alarmista de reportagens veiculadas ontem pela imprensa brasileira.O ministro afirmou ainda que a presença das Farc próximo á fronteira entre os dois países não é o maior problema que a Defesa enfrenta hoje. “O problema maior na região é o tráfico, é o banditismo, um fenômeno mais amplo, que demanda mais recursos, inclusive tecnológicos”, disse.
O ministro José Viegas afirmou que a fronteira Brasil-Colômbia é uma linha geodésica relativamente impermeável, muito difícil de ser transposta, o que facilita sua vigilância. Citou, como exemplo, as ações da Operação Colômbia, plano de vigilância e controle das atividades civis sobre uma área de 350.000 km2, implantado em setembro de 2000, que visa coibir atividades ilícitas, especialmente o tráfico de cocaína. Embora coordenado pela Polícia Federal, tem a participação das Forças Armadas e de outros órgãos governamentais, concentrando suas atividades nos pontos da fronteira considerados mais vulneráveis, como grandes rios e povoamentos. Segundo o ministro, essa experiência está sendo expandida na região, com o início da implantação da Operação Pebra, na fronteira Peru-Brasil, a e Operação Vebra, na fronteira com a Venezuela.
Marco Antonio Gonçalves, mailto:marcoantonio@ecoagencia.com.br