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07-abr-03
O próximo dia 24 de abril será de luta contra os alimentos transgênicos. Entidades de todo o Estado vão promover manifestações em várias cidades para denunciar os malefícios dos OGMs sobre o meio ambiente e os riscos para a segurança alimentar.
Esta é uma das determinações do XXIV Encontro Estadual de Entidades Ecológicas, que reuniu representantes de 20 organizações gaúchas - ecológicas e de outros grupos sociais - no final de semana de 4 a 6 de abril, em Caxias do Sul (RS).
Os ecologistas gaúchos não aceitam a tese de “fato consumado” que a Medida Provisória 133/3 acabou imprimindo com a liberação comercial da safra 2003 de soja transgênica. A reação inclui engrossar as frentes de luta do movimento nacional Campanha Por Um Brasil Livre de Transgênicos e promover denúncias e boicotes junto aos consumidores.
O discurso favorável aos transgênicos promovido por produtores, políticos e pesquisadores foi igualado pelos ecologistas àquele que, na década de 60, defendeu a chamada “revolução verde”.
“Na época o argumento era de que iriam acabar com a fome do mundo e que agrotóxicos e adubos químicos eram inofensivos para a saúde. Quarenta anos depois a sociedade está convencida dos malefícios desta tecnologia, que contaminou o meio ambiente, comprometeu a saúde humana e o problema da fome está ainda mais grave, porque depende de definições políticas”, resume Arno Kaiser, um dos veteranos na luta ecológica presentes ao EEEE.
Bem lembrada também a comparação com afirmações de um grupo de cientistas que, nos anos 50, garantiram publicamente que “não havia evidências científicas sobre a relação entre o tabagismo e surgimento de câncer de pulmão”. “A ausência da evidência não é a evidência da ausência”, definiu o secretário de meio ambiente de Caxias do Sul, Alfredo Tatto, que juntamente com o titular estadual da pasta, José Alberto Wenzel, participou da abertura.
Wenzel elogiou o trabalho dos ecologistas gaúchos atuais e históricos, como José Lutzenberger, atribuindo-lhes a vitória sobre avanços na consciência e na legislação ambiental. Entre os desdobramentos ele citou que no mesmo dia 4, 400 advogados estavam reunidos na cidade vizinha de Gramado para debater legislação ambental. “Isto é resultado da luta dos ecologistas e as gerações futuras saberão destas vitórias”, enalteceu o secretário.
Quanto ao futuro dos transgênicos, ele afirma que o governo estadual não tem ainda posição oficial e aguarda definições federais sobre o destino das próximas safras. Já os ecologistas estão determinados a incluir a luta contra os transgênicos como mais uma vitória e dissipar o atual clima de “caso encerrado”.
Participaram do encontro, além dos representantes governamentais, serviços públicos e partidos políticos, as seguintes entidades civis ambientalistas:
Jornalista Vera Damian - vera@ecoagencia.com.br, para a EcoAgência de Notícias - www.ecoagencia.com.br - Edição e texto final: EcoAgência.