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03-mar-03
A Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (FABICO - UFRGS) terá no segundo semestre deste ano a cadeira de Jornalismo Ambiental.
A luta desenvolvida pela professora e doutora em Comunicação, Ilza Girardi, há mais de dois anos, finalmente transforma-se em realidade. Ela já havia proposto a inclusão na nova matéria em janeiro do ano passado, mas sem sucesso. Ilza, que também é membro do Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ/RS), destaca que a inclusão dessa nova disciplina no currículo do jornalismo é uma grande conquista. “Pois, é justamente o jornalista”, enfatiza ela, “que faz a mediação da ciência, dos governos e demais organizações com a sociedade. E isso torna-se ainda mais importante por sermos de uma universidade pública, que tem o dever de estar a serviço da cidadania”.
A doutora Ilza Girardi lembra que o tema da implantação de cadeira ambiental nos cursos de jornalismo tem sido ponto importante nos vários congressos e seminários realizados pela categoria nos últimos anos.
Em dezembro de 2000, durante o I Fórum Interamericano de Jornalismo Ambiental, realizado na PUC, em Porto Alegre, os profissionais em comunicação aprovaram uma moção defendendo a formação de jornalistas capacitados para trabalhar neste campo.
O mesmo assunto voltou à pauta no Congresso da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), realizado entre maio e junho do ano passado, em Manaus, e no Simpósio Nacional de Jornalismo Ambiental – o papel da Imprensa pós-Rio + 10, que ocorreu em novembro de 2002, em Belo Horizonte. A própria professora Ilza Girardi defendeu a proposta durante o Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo, realizado neste ano, na FABICO, em nome do Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul.
"O Jornalismo Ambiental deve ser tratado como um campo do Jornalismo Científico, que pela importância que assume na atualidade, precisa ter uma abordagem diferenciada, porque hoje, mais do que nunca estamos discutindo o futuro do Planeta”, defende Ilza Girardi. “Essa é uma discussão que envolve todos os setores, muitos dos quais já estão se especializando para atender as novas demandas da sociedade”.
A proposta básica da disciplina, no seu entender, deve partir do questionamento do atual modelo de desenvolvimento e dos valores da cultura vigente, propondo o fazer jornalístico e tendo por base valores éticos, respeito à vida e compreensão do ser humano como parte integrante da natureza.
Segundo a doutora Ilza Girardi, o Jornalismo Ambiental deve também assumir algumas das funções do Jornalismo Científico, como a socialização do conhecimento, fazendo a mediação entre a ciência e a sociedade. “A socialização do conhecimento científico permite às diversas instituições científicas prestarem contas de seus trabalhos para a sociedade. O indivíduo bem informado pode questionar tais instituições e participar da construção do tipo de sociedade que deseja para si e seus descendentes, constituindo-se como cidadão”, garante ela.
Em 1992, a FABICO em parceria com o NEJ/RS, organizou O 1° Curso de Extensão em Ecologia para Jornalistas - preparatório à Eco 92, ocorrida no Rio de Janeiro. No ano seguinte, foi realizado o 2° Curso de Ecologia para Jornalistas sobre o Papel da Imprensa nos Desastres Ambientais. Esse último curso resultou no Manual de Emergência para Desastres Ambientais para o Rio Grande do Sul, que deverá ter ainda este ano sua terceira edição. Em setembro de 2000, a FABICO organizou o Curso de Jornalismo Ambiental promovido pela Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul e o Pró-Guaíba.
A nova cadeira, que terá quatro créditos, deverá abordar:
E culminará com aulas práticas de Jornalismo Ambiental.
Jornalista Juarez Tosi (NEJ/RS) - juarez@ecoagencia.com.br © EcoAgência de Notícias - NEJ-RS e PANGEA