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Amigos da Terra são inimigos da Guerra

EXCLUSIVO - EcoAgência de Notícias
18-fev-03

A Federação Amigos da Terra Internacional (FoEI) declarou-se contra a guerra contra o Iraque e condena a perda de vidas humanas, os desastres ambientais e os impactos sociais que resultarão desta guerra.

O FoEI apóia tratados globais, diplomáticos e as negociações para resolver disputas e promover os direitos humanos, a proteção ao meio ambiente e as sociedades sustentáveis. O primeiro passo para a guerra, fundamentalmente, contradiz com nossa abordagem de política internacional.

A maior motivação para promover a guerra contra o Iraque é que os líderes dos EUA e do Reino Unido perceberam a necessidade de liberar o acesso ao petróleo na região. FoEI acredita que a única solução para o problema da dependência do petróleo por parte dos países industrializados, como EUA, será utilizarem fontes de energia limpas e sustentáveis. Além disso, a segurança nacional deveria ser melhor utilizada para prover às pessoas condições de vida sustentável. No entanto, continua-se aumentando o complexo industrial militar e nuclear e provocando conflitos armados.

FoEI é uma federação com 68 organizações não-governamentais que formam a maior rede ambiental e desenvolvem campanhas para proteger o meio ambiente e criar sociedades sustentáveis. No Brasil, os Amigos da Terra são representados pelo Núcleo Amigos da Terra, de Porto Alegre.

A força tarefa dos Amigos da Terra que esteve na Guerra do Golfo, liderada pelo ex-embaixador canadense James George, documentou a tremenda destruição ao meio ambiente causada por tal guerra, em 1991:

Algumas estatísticas do impacto da guerra:

  1. um ataque liderado pelos EUA ao Iraque poderá matar entre 48 mil e 260 mil civis e combatentes do conflito, apenas nos três primeiros meses, de acordo com especialistas em medicina e saúde pública. Os efeitos do pós-guerra na saúde podem atingir mais de 200 mil vidas, diz International Physicians for the Prevention of Nuclear War (IPPNW) (http://www.ippnw.org/CollateralDAmage.html)
  2. Os impactos da Guerra do Golfo, em 1991, na saúde das tropas americanas foram massivos, em 160 mil dos 573 mil presentes na guerra. Agora têm sido comprovados com relatos de problemas médicos, muitos causados por exposição química, urânio empobrecido, agentes biológicos ou nuvem de gás. Estes fatos possivelmente representam 28% do total, muito pior que as tropas americanas sofreram na Segunda Guerra Mundial (6,6%), Coréia (5%) e na Guerra do Vietnã (9,6%). (Washington Post, 30 de Dezembro de 2002). O Pentágono tem negado durante anos que não existe "Síndrome Guerra do Golfo" afetando a saúde dos soldados, mas novas pesquisas mostram a magnitude dos impactos na saúde.
  3. Desde 1945, 84% das pessoas que morreram em guerras tem sido civis (Grossrieder, P. 2002. The human costs of war. Lecture at Lancaster University 13 July. www.preparingforpeace.org/grossrieder_the_human_costs_of_war.html).
  4. De acordo com o escritório das Nações Unidas para Coordenação dos Assuntos Humanitários, 80% das pessoas sobreviventes são mulheres e crianças (citado em Grossreider, 2002).
  5. Talvez a mais significativa preocupação com a saúde seja decorrente dos impactos sofridos pelo meio ambiente, com referência a tecnologia empregada nas armas atuais como as bombas de urânio empobrecido. De acordo com United Kingdom Atomic Energy Authority (UKAEA). No Kuwait, 50 toneladas de urânio empobrecido poderia causar 500 mil mortes de câncer adicionais nas próximas décadas, segundo International Committee on Radiological Protection risk factors (Fisk,1998).

(com a Assessora de Imprensa Elisangela Paim, dos Amigos da Terra - Brasil)


Última atualização: 06 setembro, 2011 - © EcoAgência de Notícias - NEJ-RS e PANGEA
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