De: - EcoAgência de Notícias
Date: 16-fev-03
A ministra do Meio Ambiente Marina Silva enfrenta outros problemas além de sua
frágil saúde de ex-seringueira: alas do Partido dos Trabalhadores estão interferindo na nomeação dos poucos cargos técnicos
da pasta, e até agora o ministério não conseguiu sair da retórica por falta de recursos (orçamento cortado em 56% pela área econômica) e também pela dificuldade em compor sua equipe.
Escolher os secretários foi relativamente fácil. Marina manteve a especialista em Amazônia
Mary Allegretti, convidou João Capobianco, de uma das principais ongs nacionais,
o Instituto SocioAmbiental, levou o ex-deputado do PT/MT, Gilney Viana, que conhece muito bem a questão do
Cerrado, e levou ainda alguns assessores próximos de seu antigo gabinete, como
Nilo Diniz.
Segundo informações da Via Ecológica (www.viaecologica.com.br), a ministra estaria sendo obrigada a tentar emplacar no cargo de assessora parlamentar uma pessoa alheia ao meio e que
estaria ligada ao atual secretário-executivo
Claudio Langone, vindo do PT do Rio Grande do Sul. Esta pessoa que seria indicada para fazer a ponte com o Parlamento é conhecida por sua ligações com o economista e ex-ministro
Bresser Pereira
(que serviu a governos passados e fez um dos fracassados planos econômicos), estaria envolvida em atividades de
lobby e não tem o perfil de uma petista bem preparada, muito menos o respeito dos parlamentares da bancada ambientalista.
"O pior é que a Marina está sendo enganada, porque a assessora anterior era super-respeitada no Congresso, é militante ambientalista, tanto é que já está muito bem empregada.
Antes trabalhou com
Fábio Feldmann, com Zequinha Sarney, com José Carvalho, é de esquerda e conhece toda a tramitação de matérias no Congresso, mas foi afastada para dar lugar talvez a uma pessoa cuja
única afinidade seja parentesco com gente de uma das alas do PT emergente e tenha algo a ver com a fauna exótica", alfinetou um dos poucos funcionários de carreira do Ministério do Meio Ambiente, sem citar nomes.
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