Partido Verde, uma realidade planetária

 * Por: Claudio Turtelli

 A idéia de trazer os movimentos Verdes e ambientalistas para o cenário político surgiu na Tasmânia, Oceania, em 1992. Embora tenha surgido com outra denominação (Grupo Unido da Tasmânia), os primatas dessa genial idéia elaboraram um projeto político contemporâneo, realista e principalmente com os olhos voltados para uma novo tempo. Rapidamente a idéia começou a se espalhar pelo planeta.

Ingênuos e contrapostos a política tradicional, os partidos verdes começaram a criar forma, principalmente na Europa. Foi na Suiça que os Verdes conquistaram seu 1º mandato através de Daniel Brelós, eleito para o parlamento nacional em 1979.

Já na década de 80, em dezenas de países, espalhados por todos os continentes, o surgimento de partidos verdes deu-se de uma maneira mais acelerada, mas ainda de uma forma romântica e também apartada da idéia de influir incisivamente nas questões política de modo geral.

Em 1985, no Rio de Janeiro, um grupo formado por artistas, ativistas do movimento antinuclear e ex exilados políticos que vivenciaram a organização dos partidos verdes europeus, começaram a dar forma ao Partido Verde no Brasil.

Na Década de 90, os partidos verdes ganharam definitivamente seus espaços políticos em quase todos os países em que estavam organizados. Longe da intenção de criar uma “internacional verde”, foram constituídas as federações dos partidos verdes na Europa, América e Africa, dando início a uma troca de informações que ajudaram, de certa forma, na eleição de um número expressivo de parlamentares e governantes em dezenas de países.

As alianças, na sua maioria com partidos progressistas, garantiram aos partidos verdes participarem de governos de importantes cidades, estados e países, principalmente no continente europeu. Hoje, por exemplo, o partido verde alemão, com bem menos de 10% dos votos da federação, praticamente governa o país juntamente com os sociais democratas. Na França, os verdes governam em aliança com os socialistas e em quase todos os países europeus existem parlamentares e governantes verdes.

Na entrada do século XXI, os partidos verdes das Américas e da Oceania trouxeram excelentes surpresas: Nos Estados Unidos, onde a polarização entre os democratas e republicanos é quase que uma fatalidade para os demais partidos, o Partido Verde obteve uma excelente votação, tornando-se com o resultado, a terceira maior força política daquele país.

Na Oceania não foi diferente. Há partidos verdes espalhados em todo o continente. Foram eleitos senadores, deputados e governantes em vários países.

Já no Brasil, o Partido Verde percorreu um caminho difícil em seus primeiros anos de existência. Talvez pela dificuldade de organização, até 1994, a inserção política dos Verdes era praticamente inexistente e a errônea estratégia política foquista, centrada em cima de alguns personagens, acabou segurando o necessário crescimento da legenda.

Nos anos seguintes, principalmente no estado de São Paulo, onde o Partido Verde “abriu-se” para a sociedade, o crescimento representativo foi sentido. Nas eleições de 2000, entre trinta agremiações políticas legalizadas no país, o Partido Verde foi o 13º mais votado na federação e em São Paulo já é a 11ª força política do estado.

Nas eleições gerais de 2002, o Partido Verde deverá ter um crescimento capaz de viabiliza-lo definitivamente como uma corrente política na esfera federal.

Em São Paulo, particularmente, onde o PV já havia conquistado nas eleições de 2000, 2,9% dos votos validos (aprox. 530 mil votos) para o legislativo, foi planejado e executado um trabalho de organização persistente, conquistando para a legenda um número expressivo de pessoas com representatividade política e densidade eleitoral,  capazes de conduzirem a legenda à meta dos 5% dos votos na esfera parlamentar. É certo que o Partido Verde terá candidatos à presidente, governador e senador, tornando possível, principalmente em São Paulo,  ultrapassar a casa de um milhão de votos, podendo eleger até sete deputados estaduais e três, ou mais, deputados federais.

Portanto, a responsabilidade de viabilização desta genial idéia chamada Partido Verde depende de todos aqueles que sonham com um planeta mais feliz. E se quisermos seguir a primeira lição de nossa ideário é só lembrar: “Transformando o local mudaremos o global".

Outubro/2001

Claudio Turtelli
Secretário Nacional de Comunicação
Partido Verde - Brasil